DA ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO DOS TERRITÓRIOS À TERRITORIALIZAÇÃO DA AGROECOLOGIA

 


VÍDEO DE APRESENTAÇÃO DOS PARTICIPANTES 



Síntese do texto “DA ERRADICAÇÃO DO ANALFABETISMO DOS TERRITÓRIOS À TERRITORIALIZAÇÃO DA AGROECOLOGIA: o que nos ensina a educação socialista cubana?” da autora Lia Pinheiro Barbosa

    O artigo escrito pela autora Latino Americana Lia Pinheiro Barbosa, é provocativo já no título, ao inferir que a Educação Cubana tem algo a nos ensinar. Assim, o texto  advoga que para se pensar educação na América Latina e no Caribe  é necessário situar as questões históricas de dominação, segregação e exploração vivenciadas por esses povos a partir da instauração do regime colonial. Um processo que não aconteceu de maneira passiva, afinal, historicamente foi marcado por inúmeras guerras, revoluções, enfrentamentos, rebeliões e resistências.
    De acordo com Barbosa ( 2021) é importante reconhecer que as revoluções que aconteceram na América Latina e Caribe se estabeleceu enquanto processos pedagógicos, que fez nascer sujeitos históricos e ainda uma concepção de educação voltada para a perspectiva emancipatória, visto que se constituiu como um instrumento de consciência  para a descolonização e libertação.
    A América Latina e o Caribe tiveram experiências educativas marcadas por antecedentes de um pensamento pedagógico ligado às lutas independentistas e centrais para os processos revolucionários e seus expoentes principais foram o venezuelano Simón Rodríguez e o cubano José Martí.
    Para Rodríguez, uma educação que priorizasse as repúblicas que estavam surgindo na América Latina e Caribe deveriam ser completamente públicas, garantida a todos pelo Estado republicano pois, o que não é público também não é social. Além disso, formulou o conceito de educação popular, importante para a soberania nacional, responsável por fomentar valores morais, destacando a cultura como princípio formativo de uma nação.
     Enquanto que José Martí apela para que a América Latina desperte e passe a pensar sobre si mesma e que possa iniciar um processo de descolonização e reconfiguração de seu pensamento. Além do mais, deveria consolidar uma ideologia educacional e pedagógica com fundamentos filosóficos para uma releitura da própria América Latina. Um fundamento importante defendido por Martí foi o de colocar o processo educativo como um momento de reconstrução social, ou seja, a unidade do povo que vive um estado profundo de separação étnico, cultural e de classe.
    Barbosa (2021), conclui o artigo apresentando alguns legados da Educação cubana, dentre eles podemos destacar a sagacidade  dos  valores  oriundos do pensamento pedagógico de Simón Rodríguez, José Martí e Ernesto Che Guevara na articulação de Cuba ao estimular  educativos e formativos em outros países e a necessidade histórica da alimentar a utopia revolucionária e realista de mulheres e homens concretos que seja pautada na base social e popular. 


REFERÊNCIA: BARBOSA, PINHEIRO L. . Da erradicação do analfabetismo nos territórios à territorialização da agroecologia: o que nos ensina a educação socialista cubana?. Germinal: marxismo e educação em debate, [S. l.], v. 13, n. 3, p. 125–143, 2021. DOI: 10.9771/gmed.v13i3.46776. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/article/view/46776. Acesso em: 16 set. 2022.

BIOGRAFIAS


LIA PINHEIRO BARBOSA


Doutora em Estudos Latino-Americanos pela Universidad Nacional Autónoma de México - UNAM (2013), com período sanduíche no Centro de Estudios Superiores de México y Centroamérica (CESMECA). Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (2004). Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (2000). Professora Adjunta I da Universidade Estadual do Ceará, no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS), no Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino (MAIE) e na Faculdade de Educação de Crateús (FAEC). Líder do Grupo de Pesquisa Pensamento Social e Epistemologias do Conhecimento na América Latina e Caribe. Pesquisadora do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO), no GT Economías Feministas Emancipatorias, no GT Herencias y perspectivas del Marxismo e no GT Anticapitalismos y sociabilidades emergentes. Pesquisadora do Programa Alternativas Pedagógicas y Prospectiva Educativa en América Latina (APPeAL-UNAM). Pesquisadora do Laboratório de Estudos em Educação do Campo (LECAMPO). Pesquisadora da Rede Latino-Americana de Pesquisa em Educação do Campo, Cidade e Movimentos Sociais - Rede PECC-MS. Tem experiência na área de Educação, Processos Territoriais e Movimentos Sociais Indígenas e Camponeses na América Latina. Investiga as seguintes temáticas: Pensamento Crítico Latino-Americano, Movimentos Sociais Campesinos e Indígenas, Educação do Campo, Feminismos Latino-Americanos, Epistemologias. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2. ORCID: 0000-0003-0727-9027


Fonte: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do

 

SIMÓN RODRÍGUEZ


Nasceu em Caracas no ano de 1771. Em 1791, com apenas 20 anos, consegue o cargo de professor na escola pública e tem sob seu comando 114 alunos. Simón não tem experiência, mas observa que o ensino ministrado não tem um método e começa a matutar sobre essa deficiência. Então se dispõe a registrar uma crítica avassaladora do sistema. Escreve o texto: “Reflexões sobre os defeitos que viciam a Escola de Primeiras Letras de Caracas e os meios para uma reforma por um novo estabelecimento”. Nele, o jovem professor arrasa com o sistema vigente, critica o fato de só ser oferecida educação às crianças brancas e aponta a necessidade de educar as crianças pobres, aos agricultores, aos artesãos. “O regime deve ser de igualdade”, diz. Suas reflexões não foram bem vistas e foi necessário escapar, indo, inicialmente par a Jamaica, depois para a França, Áustria, Itália, Alemanha, Prússia, Polônia e Rússia. Retorna para a América, desembarcando em Cartagena (Colômbia) em 1823, depois vai até Bogotá onde começa a pôr em prática a sua proposta pedagógica, amadurecida por longos anos de estudo e prática. Andou por alguns países da América junto com Simón Bolívar, onde levou educação por onde passou. Depois de 83 anos de caminhada pelo mundo, morreu em 1854.

Fonte:https://iela.ufsc.br/noticia/simon-rodriguez-plantador-de-uma-novamerica#:~:text=Em%201791%2C%20com%20apenas%2020,a%20matutar%20sobre%20essa%20defici%C3%AAncia.

 

JOSÉ MARTÍ

 

José Julián Martí era filho de espanhóis e nasceu em Havana em 1853. Assim como muitos outros revolucionários, iniciou cedo seu pensamento e atuação política. Ainda pequeno, se deparou com a realidade da escravidão e isso o marcou toda sua vida. Na fase adulta foi deportado para a Espanha e lá, obteve o título de Doutor em Leis, Filosofia e Letras, pela Universidade de Saragoça, em 1874. Martí acreditava que um povo deve “ser culto para ser livre. Saber ler é saber andar. Saber escrever é saber subir”.  Viveu no México e na Guatemala até voltar para Cuba, sendo deportado novamente para a Espanha.  Seguiu para a França, Estados Unidos e, por fim, foi para a Venezuela. Na terra de Simón Bolívar, Martí desenvolveu sua ideia mais internacionalista: “Da América sou filho: me devo a ela”. Em 1892, fundou o Partido Revolucionário Cubano (PRC) e após permanecer mais um tempo planejando o retorno a Cuba, chegou na ilha em 1895. Em 19 de maio de 1895 faleceu em combate.

Fonte:www.brasildefato.com.br/2020/01/31/jose-marti-167-anos-de-historia-e-legado-em-nuestra-america

 

ERNESTO RAFAEL GUEVARA DE LA SERNA OU CHE GUEVARA


Nasceu em 14 de junho de 1928, em Rosário, Argentina. Ele foi um dos líderes marxistas de maior destaque na América Latina, sendo um símbolo na luta contra o capitalismo internacional durante os anos 1960. Suas viagens pela América (de bicicleta, de moto ou de carona) chamaram sua atenção para a pobreza vivida por milhões de pessoas no continente. Formado em Medicina, Che Guevara procurava atender a população mais carente. Em 1959, ele participou com Fidel Castro na revolução que derrubou o governo de Fulgêncio Batista em Cuba. Com a formação do novo governo, Che Guevara atuou em vários cargos, como ministro da Indústria, comandante do exército cubano e presidente do Banco Nacional. Em 1965, ele iniciou várias frentes internacionais contra o capitalismo. Na Bolívia, em 1967, Che Guevara, em um combate contra as tropas do governo, foi morto. O dia da sua captura, 8 de outubro, tornou-se símbolo para muitos guerrilheiros contra a exploração capitalista. Seus restos mortais foram encontrados em 1997 e levados para Cuba, onde jazem em um memorial. A data da captura de Che Guevara batizou um dos grupos armados que lutou contra a ditadura militar brasileira, o Movimento 8 de Outubro (MR8).

Fonte: https://www.preparaenem.com/historia/che-guevara.htm

 

POESIA: EDUCAÇÃO LATINOAMERICANA E CARIBENHA 





Historicidade e contradições.
Colonial, patriarcal, racista e classista.
A negação da nossa existência,
subalternização que se materializava.
Séculos de negação do direito à educação.

Para a descendência do seu povo,
Analfabetismo estrutural.
Relações de dominação, alienação cultural.
Capitalismo como paradigma civilizatório.
Guerras, rebeliões, resistências e revoluções,
Para reivindicar, emancipação política,
direito de pensar com própria cabeça.

Educação como elemento central,
Reconstrução do sujeito histórico-político.
Matriz analítica Latino Americana e Caribenha,
O papel da educação e da pedagogia na formação.

Sujeito histórico-político,
Projeto social emancipatório,
mediado pela pedagogia da libertação.
Territorialização da agroecologia,
Garantia alimentar, defesa dos territórios.
Experiência cubana é persistência, utopia revolucionária,
base social e popular.

Desperta espírito revolucionário, cria condições históricas,
pensando com a própria cabeça.
Para construir, consolidar, existir e resiste.
O caminho para a emancipação humana.

Poesia escrita por Natilaane Brito Santos, baseada no texto “da Erradicação do
Analfabetismo nos Territórios à Territorialização da Agroecologia: o que nos ensina a
educação socialista cubana?”, da autora Lia Pinheiro Barbosa.



DICAS DE FILMES E DOCUMENTÁRIOS 


A seguir apresentamos algumas dicas de filmes e documentários que apresentam temáticas relacionada com a Disciplina Pensamento Educacional Crítico Latinoamericano. 

Escolarizando o Mundo

O documentário apresenta uma nova maneira de olhar a educação desenvolvida no ocidente e estabeleceum paralelo com o processo de colonialismo


Fonte: http://cineclubeartepoesiadoolhar.blogspot.com/2013/01/o-filme-escolarizando-o-mundo-o-ultimo.html


A missão

O filme A missão narra o processo de invasão da Europa a partir do século XVI nas terras na
américa e o processo de colonização, dominação, exploração dos índios que determinaria o rumo
de suas histórias.


Fonte: https://cinemaedebate.com/2010/01/19/a-missao-1986/

     A Educação em Movimento

      O documentário A Educação em movimento apresenta experiência em educação por vários países da América Latina.   

    Fonte: https://mst.org.br/2019/07/29/documentario-educacao-em-movimento/

O jogo a seguir versa sobre as temáticas trabalhadas na disciplina Pensamento Educacional Crítico Latino Americano

Clique aqui e acesse o nosso  CAÇA PALAVRAS .




Comentários

  1. Devemos lutar arduamente contra o analfabetismo. Ótimas reflexões!

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  2. Parabéns, equipe! O analfabetismo é, ainda, um problema a ser resovido no Brasil e cada um de nós, educadores, temos que lutar pela sua erradicação.

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  3. Parabéns equipe, é preciso enfrentar o problema do analfabetismo no Brasil para que assim possamos construir pilares de nova sociedade.

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